Trava-línguas

  • O trava-línguas, assim como as adivinhas, as parlendas, cantigas de roda, e quadrinhas são textos populares e fazem parte da tradição oral brasileira, ou seja, foram criados para ser falados. Não se sabe quem os inventou, foram passados de geração para geração, de boca em boca, por isso, são de domínio público.

O Rato e a Rosa Rita

“O rato roeu a roupa do rei de Roma,
O rato roeu a roupa do rei da Russia,
O rato roeu a roupa do rodovalho…
O rato a roer roía.
E a rosa do rita ramalho
Do rato a roer se ria.”

A pia perto do pinto

“O pinto perto da pia.
Tanto mais a pia pinga,
Mais o pinto pia…
A pia pinga,
O pinto pia,
Pia pinto.
O pinto perto da pia,
A pia perto do pinto.”

Retreta

“Quando toca a retreta
Na praça repleta
Se cala o trombone
Se toca a trombeta.”

Tatu

Aloh, o tau tai?
Nao, o tstu num tah.
Mas a mulher do tatu tando
Eh o mesmo que o tatu tah.

Gato

“Gato escondido
Com rato de fora
Tah mais escondido
Que rabo escondido
Com gato de fora.”

Tempo

“O tempo perguntou para o tempo
Quanto tempo o tempo tem.
O tempo respondeu pro tempo
Que o tempo tem tanto tempo
Quanto o tempo o tempo tem.”

Pardal pardo

“Pardal pardo, por que palras?
Palro sempre e sempre palrarei,
Porque sou o pardal pardo,
O palrador d’el’rei.”

O sapo no saco

“Olha o sapo dentro do saco,
O saco com o sapo dentro,
O sapo batendo papo
E o sapo soltando vento.”

Tigres tristes

“Três pratos
de trigo
Para três tigres
tristes.”

Pedro

“Se o Pedro ee preto
O peito do Pedro ee preto
E o pito do pe do Pedro
ee preto.”

Pintor Português

“Paulo Pereira Pinto Peixoto,
Pobre pintor português,
Pinta perfeitamente
Portas, paredes e pias
Por parco preço, patrão.”

Ninho de Mafagafos

“Num ninho de mafagafos
Ha cinco mafagafinhos.
Quem os desmafagafizar,
Bom desamafagafizador seraa.”

Ze e

“Ze e
Catiribe
Seja matute
De firifife.”

Sabia

“Você sabia
Que o sábio sabia
Sabia assobiar?”

Pato paco

“Pato paco
Ou paco pato
Pacato
Pataco atacaa
Pagou o pato,
Pobre pato paco
Ou paco pato?”

O velho

“Por aquela serra acima
Vai um velho seco e peco.
– Oh, seu velho seco e peco!
Este cepo seco ee seu?”

“A baba boa bebeu
O leite do bebe
Farofa feita
Com muita farinha fofa
Faz uma fofoca feia.”

“A rosa perguntou aa rosa
Qual era a rosa mais rosa.
A rosa respondeu aa rosa
Que a rosa mais rosa
Era a rosa cor-de-rosa.”

“Alice disse que eu disse
Que ela disse
Que o que eu disse
Era um pocco de tolice.
Mas eu disse que não disse
O que ela disse
Que eu disse que ela disse
E quem fez o disse disse
Foi a Dona Berenice.”

“O doce perguntou pro doce
Qual ee o doce mais doce
Que o doce de batata-doce.
O doce repondeu pro doce
Que o doce mais doce
Que o doce de batata-doce
Ee o doce de doce de
Batata-doce.”

“O bispo de Constantinopla
Quer se desconstantinopolizar
Quem conseguir
Desconstantinopolizar
O bispo de Constantinopla
Bom desconstantinopolizador seraa.”

“Uma folha verdelonga
Quem desverdolengar
Bom desverdolengador seraa.
Eu, como desverdolenguei
Bom desverdolengador serei.”

“Galinha que cisca muito
Borra tudo e quebra o caco,
Pois agora você diga certo,
Sem fazer buraco:
Aranha arranhando o jarro
E o sapo socando o saco.
Aa sombra da amoreira
Dora namora.
No ramo da goiabeira
A cigarra mora.
No alto da torre
Sonha Carolina.
Debaixo da parreira
Brinca Marina.”

“Disseram que na minha rua
Tem paralelepípedo feito
De paralelogramos.
Seis paralelogramos
Tem um paralelepípedo.
Mil paralelepípedos
Tem uma paralelepípedovia.
Uma paralelepípedovia
Tem mil paralelogramos.
Então uma paralelepípedovia
Ee uma paralelogramolandia?