A verdadeira riqueza, Débora Araújo
Não tenho conto de vintém Para dividir com ninguém Tenho viola e boa vontade Pra cantar a igualdade
Tenho histórias e saudade E uma grande pretensão Ver meu povo mais unido Do que num pequeno refrão
Sou viajador e conhecedor Desse povo sofredor Que vive assim devagarinho Com as pedras do caminho
Rodava o mundo afora Cantando a qualquer esmola “Paz aos homens de bem” E duvidava de quem a tem
Seguia assim desenxabido Com sorriso amargurado Me deparei com moça coxa E um negro humilhado
O que te aflige meu rapaz? Ele me perguntou intrigado Me deixou triste e calado Em meu mundo desalmado
Respondi meio sem jeito Olhando o rapaz indagador Parecia honesto, de respeito E me tinha algo acolhedor
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Não tenho conto de vintém Para dividir com ninguém Tenho trabalho e tenho medo Que aprendi desde cedo
A moça respondeu atrevida Me disse rima bem bonita Já eu que não sou nada Não me vejo indignada
Tenho fé e boa esperança Pra dividir igual criança Eu que não tenho também Nenhum conto de vintém
Dou o esforço do meu braço E minha paga vem do abraço Quero ver riqueza maior De quem dá o seu melhor
Sorriso largo, olho estreito Não vi ali nenhum defeito Sua beleza vem da alma Serenata que me acalma
Eu que não tenho também Nenhum conto de vintém Agora sou rapaz esperançoso De um mundo mais formoso
O negro, a moça e o mendigo Hoje são melhores amigos Cultivamos pra vida inteira Uma riqueza verdadeira
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Por Débora Araújo, Escritora e Idealizadora do Projeto Abelha
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Este poema fala, entre outras coisas, de igualdade. Por isso, não deixe de conferir nosso post sobre este tema!
O fator que promove a exclusão não advém da diferença em si, esta ocorre pela falta de preparo dos demais em conviver com alguém que diverge dos padrões e normas pré-estabelecidos, principalmente, na família e instituições de ensino.
Sejamos Polinizadores! Sejamos Abelhas!
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