“Os três porquinhos” é clássico da literatura infantil, originado no folclore inglês e transmitido oralmente até 1890, quando ganhou a famosa versão escrita por Joseph Jacobs. Trata-se uma história que nos ensina, entre outros, o valor do trabalho, perseverança e planejamento.
“Os três porquinhos” ensinam à criança pequenina, da forma mais deliciosa e dramática, que não devemos ser preguiçosos e levar as coisas na flauta, porque se o fizermos poderemos perecer.
Bruno Bettelheim – Psicanálise dos Contos de Fadas
Os três porquinhos
Era uma vez…
Três porquinhos irmãos que viviam com a mamãe. Dois porquinhos não ajudavam em nada na casa, enquanto o terceiro porquinho sentia pena da quantidade de trabalho que a mamãe tinha e estava sempre disposto a ajudá-la.
Num belo dia, a mamãe, acreditando da maturidade dos filhos, pediu que saíssem de casa para seguir suas próprias vidas. Ela fez preparou um saco com um saco com provisões para cada um deles e forneceu algumas economias para que comprassem material para construírem as casas.
O primeiro porquinho, muito preguiçoso, quis construir uma casa que não desse trabalho. Apesar da advertência dos irmãos, construiu uma casa de palha.
O segundo porquinho, um pouco menos preguiçoso que o primeiro, resolveu construir uma casa de madeira. Apesar de mais segura do que a casa de palha, a de madeira não era boa para o frio e não era resistente o suficiente para impedir a entrada de um lobo.
O terceiro porquinho, por sua vez, precavido e paciente, resolveu construir sua casa com tijolos.
Enquanto os dois irmãos mais novos terminaram as construções de palha e madeira em uma manhã, o terceiro porquinho seguiu engajado na sua demorada construção. Em três dias o trabalho estava feito: ergueu uma resistente casa com tijolos e cimento.
Algum tempo depois, um lobo surgiu na floresta. Percebendo a presença dos porquinhos foi logo bater na primeira casa, a feita com palha. O primeiro porquinho, em pânico, fugiu para a casa ao lado, a do irmão que havia trabalhado com a madeira.
O lobo dirigiu-se então para a segunda casa e, como os porquinhos não abriram a porta, ameaçou assoprar para destruir a construção. A casa de madeira, de fato, caiu com a rajada de vento. Aproveitando a falta de fôlego, os porquinhos correram para a casa do irmão mais velho.
O irmão mais velho os abrigou e garantiu que tudo correria bem. Quando o lobo soprou novamente, a casa, feita de tijolos, sequer mexeu um milímetro. No dia seguinte, o lobo voltou a atacar a casa que restava, dessa vez tentou entrar pela lareira. Como o porquinho mais velho era muito precavido, deixou um caldeirão de sopa fervendo posicionado bem embaixo da lareira. O lobo, ao cair na caldeira, fugiu desesperado e os três porquinhos continuaram sãos e salvos.
Por que contar “Os três porquinhos”?
O psicanalista Bruno Bettelheim, explica que os porquinhos mais novos viviam de acordo com o princípio do prazer, buscando a gratificação imediata, sem pensar no futuro e nos perigos da realidade – embora o porquinho do meio ter mostrado algum amadurecimento ao tentar construir uma casa um pouco mais substancial do que o mais novo. Só o terceiro e mais velho dos porquinhos aprendeu a viver de acordo com o princípio da realidade: ele foi capaz de adiar seu desejo de brincar, e de acordo com sua habilidade de prever o que pode acontecer no futuro.
Logo, podemos perceber a dificuldade em lidar com o prazer imediato e a necessidade de pensar e se planejar para o futuro.
Ao mostrar o sucesso do terceiro porquinho, o conto também nos mostra que a dedicação tem sua recompensa. Através dele, podemos avaliar a importância de perseverar e que existem momentos de lazer assim como existem momentos de trabalhar.
De forma bem sucinta, falamos de alguns ensinamentos. Esta é uma das características dos contos que, desde a infância, nos despertam muitas lições e valores que carregamos para sempre.
Leia mais sobre Joseph Jacobs
- Em 1933, a A Disney lançou a adaptação de “Os três porquinhos”. Assista a seguir:
Débora Araujo
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